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Produção industrial de fevereiro reforça projeção de queda de 0,8% do PIB no 1º trimestre
Recuo de 2,5% em relação a janeiro sinaliza retração de 5,6% da atividade industrial em 2016Depec-Bradesco*
A produção industrial recuou 2,5% na margem em fevereiro, excetuados os efeitos sazonais, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada hoje pelo IBGE. A queda foi ligeiramente mais intensa do que nossa projeção de -2,2% e ficou em linha com a mediana das expectativas do mercado, de acordo com coleta da Bloomberg. Com isso, a atividade industrial acumulou contração de 9,0% nos últimos doze meses. Na comparação interanual, houve queda de 9,8%.
Leia: Após a leve alta em janeiro, produção industrial brasileira recuou 2,5% em fevereiro.
Setorialmente, o recuo da produção foi impulsionado pelo desempenho negativo de 13 dos 24 segmentos pesquisados, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias, com retração de 9,7% (que eliminou o crescimento acumulado de 7,2% entre novembro e janeiro). Em contrapartida, a produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis subiu 1,4%, a terceira variação positiva consecutiva, acumulando alta de 8,1% no período.
Em relação às categorias de uso, todas exibiram queda na margem, com exceção dos bens de capital, que cresceram 0,3%. Os bens de consumo duráveis tiveram a maior retração (5,3%), impulsionada pela menor produção de veículos e eletrodomésticos, setores que concederam férias coletivas no período. Por fim, a fabricação de bens semiduráveis e não duráveis e bens intermediários recuou 0,6% e 2,0%, respectivamente.
O desempenho da produção industrial em fevereiro reforça nossa expectativa de continuidade do fraco desempenho do setor em 2016. Mesmo que os indicadores de confiança venham dando sinais de melhora na margem, o seu patamar ainda é bastante baixo. Adicionalmente, para que a atividade industrial se recupere de forma consistente, é necessária redução adicional dos estoques. Com isso, mantemos nossa projeção de queda de 5,6% da produção neste ano. Com relação ao PIB do primeiro trimestre, o resultado de hoje reforça nossa projeção de queda de 0,8% ante o quarto trimestre de 2015.
* Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.

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